Alzheimer
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Com o avanço da idade e, principalmente se existe algum familiar afetado, as pessoas se preocupam e querem saber se existem modos de prevenir a doença de Alzheimer.
Inicialmente vamos esclarecer o que é demência: é a denominação que se dá quando existe diminuição ou perda de funções cognitivas (memória, funções executivas, orientação no tempo e no espaço, comunicação, cálculos, reconhecimento de pessoas, alterações do comportamento). A demência pode ser provocada por várias causas, por exemplo por acidentes vasculares cerebrais, por deficiência de vitamina B12, por sífilis e outras.
O neurologista é o especialista mais qualificado para a investigação, que realiza um “check up neurológico”, obtendo detalhada história do paciente e de familiares e , a partir daí, executa cuidadoso exame neurológico, solicita os exames necessários, realiza judicioso diagnóstico diferencial para distinguir entre as diferentes causas de déficit cognitivo .
Quando o neurologista descarta as causas conhecidas, então a demência pode ser por doenças degenerativas, aquelas que não tem etiologia determinada. Dentre estas, a mais prevalente é a doença de Alzheimer.
Portanto a doença de Alzheimer é a principal causa de demência que atinge a população mundial. Nos Estados Unidos estima-se que 1.5 a 2% da população tenha demência. Como o fator de risco mais importante é a idade, a medida que a população vai se tornando mais longeva, a incidência de doença de Alzheimer vai aumentando.
Isto traz grande preocupação também para as autoridades de saúde que tem criado mecanismos para prevenção, intervenção, pesquisas e medidas sociais, com o objetivo de reduzir o impacto da doença.
O neurologista, a par das mais recentes pesquisas na área das demências, elabora um programa específico que possa que possa propiciar uma melhor evolução
Além de uso de medicamentos adequados, tal programa consta de outros recursos benéficos como descritos a seguir.
As medidas que visam prevenir a doença de Alzheimer não têm evidências indiscutíveis de benefícios, mas mesmo assim têm sido recomendadas pelos organismos internacionais, especialmente da Europa e Estados Unidos. São baseados em estudos populacionais, com acompanhamento de poucos anos, portanto não garantem que todas as pessoas conseguirão resultados satisfatórios.
Os fatores que aumentam o risco da doença e que são modificáveis, ou seja, que podem ser corrigidos ou melhorados pelos indivíduos, são: dieta, atividade física, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus, depressão, dislipidemia, alcoolismo, distúrbios do sono..
Se os cuidados iniciarem mais cedo, abaixo de 60 anos, melhor ainda. Mas estudos têm demonstrado que em qualquer idade que iniciar, terão resultados satisfatórios.
O mais recente e valorizado é o estudo FINGER, realizado na Finlândia com 2654 pessoas , entre 60 e 77 anos, que foram acompanhadas por 2 anos, sendo que a metade realizou atividades físicas padronizadas, treinamento cognitivo com técnicas especiais, seguindo uma dieta recomendada e controlando os fatores de risco vasculares. Concluiu-se que estas intervenções melhoraram ou mantiveram estáveis as funções cognitivas em pessoas idosas em risco.
Bastante recentemente (outubro 2017) , sociedades internacionais que lidam com doença de Alzheimer e doenças vasculares cerebrais, lançaram um manifesto denominado Optimal Brain Health (em tradução livre “Saúde Cerebral Ótima“), que reforça medidas para proteger o cérebro ao longo da vida e a necessidade de controlar os fatores de risco citados acima.
Outro ponto importante é o idoso evitar o isolamento e acomodação, participando de atividades familiares e sociais, buscando novidades que tragam motivação e novos aprendizados,
Não há um tipo de atividade física especial, mas sempre incluir exercícios aeróbicos. Dietas são também variadas, preconizadas pelas sociedades de Cardiologia e, especialmente, aproximando da dieta do Mediterrâneo.
O treinamento cognitivo objetiva manter o “ cérebro em atividade” e para isso existem muitas possibilidades, desde atividades simples (como ler mais, aprender uma nova língua), jogos eletrônicos, programas especiais e técnicas mais detalhadas de reabilitação cognitiva executadas por psicólogos especializados.
Portanto há sim o que fazer para ter um cérebro saudável o mais tempo possível.