Neurologista CRM 770

Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla é uma doença do sistema nervoso central, podendo comprometer quaisquer de seus componentes como o cérebro, o cerebelo, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal, de maneira isolada ou associada. É chamada “esclerose” pela aparência esbranquiçada dos
locais doentes e “múltipla” porque são diversos os pontos atingidos pela doença. Na França é conhecida como “esclerose em placas”.
Aparece mais frequentemente em pessoas jovens entre 20 e 30 anos, mas pode ocorrer antes ou depois destes limites. É mais comum em mulheres, na proporção de 3 mulheres para 1 homem, por motivos não conhecidos. Trata-se de uma doença crônica, que perdura a vida toda.
Pode apresentar-se com manifestações que surgem e regridem de vez em quando, o que se chama de surtos, que duram dias a poucas semanas (forma remitente-relapsante). Pode tornar-se progressiva com o tempo (forma progressiva secundária). Poucas vezes pode evoluir de forma progressiva desde o início (forma progressiva primária).
Não se conhece a sua causa, mas sabe-se que é uma doença inflamatória autoimune. Isto quer dizer que a inflamação é provocada pelo próprio sistema de defesa do organismo que, não se sabe por que, ataca o sistema nervoso central de forma a provocar as lesões descritas. A inflamação atinge especialmente a mielina que é a capa que reveste as fibras nervosas que passam a funcionar mal e fazem aparecer os sintomas da doença. Por isso é classificada como doença desmielinizante.
Sintomas
Como as lesões podem surgir em pontos diferentes do sistema nervoso central, as manifestações clínicas são bastante diversas. Entretanto como as lesões preferem certos locais, alguns sintomas se repetem mais e ficam conhecidos pelos médicos como sugestivos da Esclerose Múltipla.
Os locais mais atingidos são os nervos ópticos, a substância branca do cérebro, o tronco cerebral, o cerebelo e a medula espinhal.
Os sintomas mais comuns são: perda visual unilateral aguda, dormência ou formigamento de um ou mais membros, choques na coluna ao flexionar o pescoço, alterações sensitivas e/ou motora nas duas pernas, falta de controle da urina, “labirintite”, perda de equilíbrio.
Estes fatos podem ocorrer isolada ou associadamente. Costumam aparecer em poucos dias e regredir em outros tantos dias (surtos ) quase completamente.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na clínica, exames complementares e na exclusão de doenças parecidas com a Esclerose Múltipla. Para tanto realizam-se diversos exames, sendo que nenhum faz isoladamente o diagnóstico da doença. Por isso é que o diagnóstico definitivo é realizado pelo neurologista através de critérios bem definidos, e não só  por exames.
A ressonância magnética é o exame que mais auxilia o médico, mas são precisos outros, também importantes, como exames de sangue, potenciais evocados e exame do líquido da espinha. O médico deve explicar a necessidade e o valor de cada um destes exames.
Tratamento
Existem 2 tipos de tratamento: para o surto e a profilaxia. Para o surto, na tentativa de se obter a regressão dos sintomas , usam-se medicamentos de ação rápida.
Para profilaxia que vai evitar a recaída, os surtos, e manter o paciente estabilizado, existem hoje mais de 10 meios de tratamento. Cada um mais recente e mais potente. Entretanto, baseado em tempo de uso, conhecimento de efeitos adversos e de segurança, há uma sequência de opções fornecidas pelo Ministério da Saúde que é o dispensador destes medicamentos para a população. Assim existem os medicamentos de primeira linha que são os escolhidos como primeira opção e os outros apenas se houver falha terapêutica.

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