Doença de Alzheimer
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Demência é um quadro clínico caracterizado por perda progressiva de funções cognitivas (memórias, orientação no tempo e no espaço, linguagem, funções executivas, percepção visuo-espacial, comportamento e personalidade).
Várias causas podem provocar demência mas a mais comum é a doença de Alzheimer. O que se sabe sobre sua causa está relacionada com a presença de 2 proteínas , amilóide e tau no encéfalo. Em quantidades elevadas, depositam em locais inapropriados e prejudicam o funcionamento normal do encéfalo.
O diagnóstico definitivo desta doença é feito pelo estudo do tecido cerebral através de biópsia . Para substituir este procedimento há crescente busca por métodos diagnósticos mais simples. Atualmente há algumas técnicas com alta chance de acerto do diagnóstico.
Um deles é o PET Scan, que consta de um aparelho disponível em boa parte das cidades mas exige a injeção de marcadores que combinam com o amilóide e marcam a sua presença no PET. Tem acima de 90% de acerto. Entretanto estes marcadores ainda não estão disponíveis no Brasil, mas provavelmente em breve estarão por aqui.
Pode-se também realizar a dosagem de 3 substâncias no liquido cefalorraquiano ( líquido da espinha). Tem o inconveniente da colheita através de punção lombar. Neste liquido são dosadas as 3 proteínas ( amilóide, tau e fosfotau) e pelas quantidades encontradas pode-se firmar o diagnóstico de doença de Alzheimer em 85/90% dos casos .
Um outro método de que pode auxiliar no diagnóstico é o estudo genético, em que a presença de uma variante comum associada com o desenvolvimento futuro da doença e possível de ser determinada, que é o alelo E4 da apolipoproteina E ( APOE).
Estes métodos de diagnóstico não são imprescindíveis , porque há critérios clínicos bem definidos para o diagnóstico da doença de Alzheimer, reconhecidos internacionalmente, que são bastante acurados. Então ficam reservados para casos muito iniciais, naqueles em que há dúvida diagnóstica ou para pesquisa quando o diagnóstico precoce é o critério para inclusão de pacientes em testes terapêuticos experimentais.
Para preencher os critérios diagnósticos há necessidade de uma história detalhada da doença obtida do paciente e/ou familiares, exames clínico e neurológico e uma série de exames complementares que são úteis para afastar outras causas de demência e devem ser obrigatoriamente solicitados. Uma avaliação cognitiva é realizada com alguns testes breves padronizados ou, se necessário e para maior precisão, existem protocolos extensos e pormenorizados realizados por neuropsicólogos especializados.
Os tratamentos que ora existem se resumem a 2 classes de medicamentos. Uma delas se compõe de substâncias que atuam no neurotransmissor acetilcolina cuja produção está diminuída nesta doença. Estas inibem uma enzima que destrói a acetilcolina, com isso mantendo seu nível adequado por algum tempo. São a rivastigmina, a galantamina e a donepezila.
Outra medicação atua aumentando a dopamina e também no receptor NMDA que existe na membrana das células nervosas, que é a memantina.
Estes medicamentos não atuam na causa da doença e sim em suas consequências, portanto o efeito existe, porém é paliativo e temporário.
Como se trata de uma doença que é universal , que acomete pessoas acima dos 60 anos e como a população idosa está aumentando, torna-se uma preocupação mundial e há esforços para conhecê-la melhor assim como incentivos para a pesquisa de novos tratamentos mais eficazes.
A maioria das abordagens de tratamento experimental visa o ataque ao amiloide e a tau havendo mais de 30 trabalhos com novas drogas em desenvolvimento no presente momento