Polineuropatia
Atenção para este assunto importante. As doenças dos nervos periféricos fazem parte do treinamento e da especialização em Neurologia e preferencialmente devem ser conduzidas e tratadas pelo neurologista.
O Sistema Nervoso se divide, para fins de estudo, em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O SNC compreende as estruturas contidas dentro do crânio (o encéfalo que se compões do cérebro, tronco cerebral e cerebelo) e do canal da coluna vertebral (medula espinhal).
A medula espinhal emite uns apêndices (raízes) que saem do canal vertebral e vão constituir os nervos periféricos, cujo conjunto compõe o SNP.
- As doenças das raízes e dos nervos periféricos recebem a denominação de NEUROPATIA. Se for de uma só raiz = radiculopatia; de um nervo, mononeuropatia; de alguns nervos multineuropatia; se de muitos ou todos os nervos, polineuropatia e se de raízes polirradiculopatia. Às vezes utiliza-se o sufixo ite em vez de patia, como neurite ou radiculite, com o mesmo significado.
As neuropatias se manifestam em territórios de distribuição anatômica do nervo. Com este conhecimento, o neurologista é capaz de definir qual ou quais os nervos estão comprometidos. Por exemplo, o nervo mediano passa no punho através de um túnel e se distribui para os 3 primeiros dedos da mão; se este nervo é comprimido neste local, a pessoa sente dormência ou formigamento nestes 3 dedos ( síndrome do túnel do carpo)..
Os sintomas de neuropatia costumam ser sensitivos e motores porque os nervos tem fibras nervosas que conduzem sensibilidade e fibras motoras que promovem força e movimento.
Sintomas sensitivos: dor, formigamento, dormência, queimação. Sintomas motores: diminuição de força, cãibras, atrofia muscular. O conjunto destes sintomas e a localização onde estão presentes, permitem o diagnóstico da neuropatia. Por exemplo, as polineuropatias se manifestam por sintomas nas extremidades dos membros , dedos das mão e pés, de modo simétrico, destacando-se as dores e queimação nos pés extremamente incomodativas.
As causas de neuropatias são muito variadas, mas tem que ser investigadas, porque os tratamentos são dirigidos para os fatores que as produzem . As duas mais comuns são o diabetes mellitus e o alcoolismo. Mas podem ser inflamatórias, infecciosas, produzidas por medicamentos, por intoxicações, por câncer, por compressão e também hereditárias.
A eletromiografia (EMG) pode auxiliar mostrando o tipo de lesão predominante, se é na fibra nervosa (axônio) ou na bainha gordurosa que a recobre (mielina). Isto ajuda a orientar para o tipo de mecanismo que lesa o nervo e deduzir as causas prováveis. Mas a EMG pode ser normal se o número de fibras comprometidas é pequeno ou se são apenas de função sensitiva.
O que pretendo chamar a atenção é que as neuropatias requerem investigação minuciosa para encontrar uma causa e assim efetuar um tratamento mais eficaz. A EMG só demonstra que o nervo está afetado mas não explica o porque disto. É o neurologista o profissional mais qualificado para estabelecer a melhor conduta nestes casos.