Vitamina D em Esclerose Múltipla
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Desde os fins do Século 19, os suecos já descreviam a possibilidade de deficiência de Vitamina D e de menos raios solares , tivessem influência na Esclerose Múltipla, talvez por isso esta doença fosse mais incidente naquela região ( Escandinávia) do que em outros países europeus.
A Vitamina D compreende um grupo de compostos, sendo mais importantes a D2 e a D3. Esta vitamina tem seu efeito mais conhecido no metabolismo do cálcio e dos ossos, recebendo muita influência de raios solares na sua produção.
Desde então, tem-se estudado sua relação com a Esclerose Múltipla, mas apenas recentemente conseguiu-se demonstrar que a Vitamina D tem ação moduladora do sistema imune, que é o principal meio de defesa do nosso organismo. Portanto a sua deficiência poderia facilitar o surgimento de doenças inflamatórias e autoimunes e agravar a evolução, facilitando as recidivas e a progressão .
Inúmeros trabalhos científicos foram realizados e publicados demonstrando que a concentração sanguínea adequada da Vitamina D, pode contribuir para redução do risco do aparecimento e da progressão da Esclerose Múltipla.
Em 2014 a Academia Brasileira de Neurologia, através de seu Departamento Científico de Neuroimunologia, copilou o que havia de mais importante na literatura médica vigente e publicou uma série de recomendações a respeito das dúvidas que haviam sobre o assunto.
Anunciou que era recomendado realizar a dosagem da Vitamina D nos pacientes com Esclerose Múltipla. Se os níveis no sangue estivessem abaixo de 30ng/ml deveriam ser corrigidos. O nível ideal não ficou estabelecido, mas considerou-se que acima de 40ng/ml devia ser satisfatório. Não havia qualquer evidência de que a vitamina por si só serviria como tratamento exclusivo (monoterapia) e não seriam recomendadas doses muito altas da vitamina (que elevassem a mais de 100ng/ml o nível sanguíneo).
Trabalhos científicos e revisões mais recentes pesquisadas intensamente na literatura médica (especificas para doenças desmielinizantes) publicados e apresentados em congressos, não encontraram justificativas para modificar estas recomendações, conforme o Consenso Brasileiro para o Tratamento da Esclerose Múltipla, publicado em agosto de 2018.
Portanto não se justifica tratar Esclerose Múltipla exclusivamente com vitamina D, mesmo em dose muito altas e que podem provocar danos a saúde.