Distúrbios do Movimento
(Parkinsonismo)
Parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana é um conjunto de sinais e sintomas que ocorre quando há comprometimento de determinadas áreas do encéfalo, os gânglios da base e substância negra.
O quadro clínico se compõe principalmente de 4 elementos: tremor, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural.
O tremor típico é de repouso nas mãos apenas de um lado ou pelo menos é mais de um lado, costuma desaparecer quando se presta atenção à mão trêmula ou quando se executa algum movimento; pode ser constante ou intermitente e desaparece no sono.
A bradicinesia significa lentidão de movimentos, tudo torna-se devagar, para agir, para responder, para iniciar o movimento, virar na cama, levantar; movimentos rápidos e finos são prejudicados como abrir e fechar as mãos, realizar flexão e extensão dos pés, bater rapidamente o indicador no polegar, escrever, abotoar camisa etc.
Rigidez é encontrada pelo médico ao fletir e estender o punho, cotovelo ou joelho, com aumento da resistência. Durante estas manobras, o examinador percebe que o movimento é entrecortado, como se tivesse uma roda denteada (tipo engrenagem) e o músculo estende dando pequenos arrancos.
A instabilidade postural se manifesta por perda de equilíbrio com tendência a cair para frente.
O conjunto destas alterações confere ao paciente um aspecto muito característico da síndrome, tornando fácil o diagnóstico: facies sem expressão, pouco piscamento, boca entreaberta, voz baixa e lenta, cabeça e tronco semifletidos, marcha lenta em bloco sem movimentos pendulares dos braços, tremor de repouso nas mãos.
As causas desta síndrome são diversas, por exemplo pode ser provocada por remédios: neurolépticos e flunarizina entre outros. Outra causa são algumas intoxicações (monóxido de carbono e algumas drogas ilícitas). Também pode ser consequência de traumatismo de crânio, encefalites, acidentes vasculares cerebrais etc. Algumas vezes a síndrome parkinsoniana é apenas uma parte de um conjunto de outras alterações provocadas por doenças que atinge outras partes do encéfalo (o que se designa parkinsonismo-plus).
O neurologista busca pela história e pelo exame definir se existe alguma causa plausível. Se não encontrar nada para explicar, então pode-se tratar de doença de Parkinson.
Esta doença foi descrita no século XIX pelo médico inglês James Parkinson e daí seu nome consagrado. Até hoje não se conhece a causa, mas existe um grande empenho nas pesquisas médicas.
Exames complementares como ressonância magnética do crânio, costumam ser normais. Um exame chamado SPECT utilizando o marcador TRODAT, pode demonstrar uma deficiente captação nos gânglios da base, o que sugere a doença.