Neurologista CRM 770

Epilepsias

Epilepsia é a possibilidade de uma pessoa apresentar variados tipos de crises, que podem se tornar repetitivas. Crise significa um episódio curto, que dura poucos minutos. Quase sempre começa e termina rapidamente, mas pode demorar um pouco para a pessoa recuperar-se completamente. O tipo de crise varia conforme o local do cérebro que é afetado, por isso há crises fortes, fracas, parciais, generalizadas, conscientes, inconscientes. Podem ser tão leves e fugazes que passam despercebidas, deixando de ser valorizadas.

As crises mais conhecidas são as grandes convulsões, com queda, repuxos no corpo todo, causando impressão de gravidade. Existem as ausências que são breves fugas de sentidos, de segundos de duração: quando numa criança, esta parece “encantada”. As crises parciais podem ser conscientes, o paciente percebe tudo, por exemplo, um formigamento numa mão ou repuxos em parte do corpo. Nas crises parciais complexas o paciente não vê, porém executa movimentos como estalar os lábios, mastigar, esfregar a mão no corpo, procurar coisas, andar a esmo, sem atender aos chamados.

Cada um desses tipos corresponde a pontos diferentes do cérebro onde está o problema. As epilepsias podem ser hereditárias ou adquiridas com causas e tratamentos diferentes.

O neurologista procura separar bem todos os tipos para indicar o melhor tratamento. Existem atualmente muitas drogas que podem ser receitadas para controlar as crises. Os remédios não servem para todos os tipos de epilepsia, precisam ser bem escolhidos.

O neurologista faz uma consulta bem detalhada, ouvindo toda a história do problema, detalhes fazem uma grande diferença. Examina cuidadosamente o paciente. Solicita exames que possam ajudar a descobrir as causas para facilitar o tratamento. São importantes os exames de sangue, tomografia, eletroencefalograma e ressonância magnética do crânio. O médico é quem determina os exames necessários.

Quando existe uma causa que possa curar, a epilepsia desaparece, ou seja o paciente não tem mais crises. Mas, o que acontece na maioria das vezes é que a causa não pode ser curada e a epilepsia também não. Nestes casos procura-se controlar com remédios, ou seja, tem que ser tomados pelo menos por anos ou sempre.

Uma outra maneira alternativa é fazer uma cirurgia para retirar a causa e ver se assim possa curar a epilepsia. A cirurgia infelizmente não serve para todos, há casos que não tem indicação para serem operados. Esta seleção deve ser cuidadosa para uma indicação precisa. O neurologista já tem uma idéia dos que podem ser operados, mas precisa fazer uma série de exames. Um dos mais importantes é a vídeo-eletroencefalografia, que é um eletroencefalograma direto por horas ou dias, com o paciente filmado em vídeo, até que as crises apareçam e o EEG demonstre onde começam. Se a ressonância mostra uma cicatriz, por exemplo, e o EEG mostra que a crise começa na cicatriz, a retirada desta pode acabar o problema.

O que é importante é saber que hoje a Neurologia dispõe de muitos recursos para tratar a epilepsia. Pode-se afirmar que 80% dos epilépticos podem levar uma vida normal desde que procure um especialista e faça os exames necessários para o diagnóstico, podendo assim chegar a um tratamento correto ou uma cirurgia, caso haja indicação.